64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
NÍVEIS PRESSÓRICOS E QUALIDADE DE VIDA DE TAXISTAS DO MUNICÍPIO DE JEQUIÉ-BA
Bruno Gonçalves de Oliveira 1,1
Eduardo Nagib Boery 1,2
Rita Narriman da Silva de Oliveira Boery 1,3
Jacqueline Maia Santos 1,4
Ícaro José Santos Ribeiro 1,5
Eliane dos Santos Bomfim 1,6
1. Depto. de Saúde, Enfermagem - UESB
2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Saúde - UESB
3. Profa. Dra./ - Depto de Saúde - UESB
4. Depto. de Saúde, Enfermagem - UESB
5. Depto. de Saúde, Enfermagem - UESB
6. Depto. de Saúde, Enfermagem - UNEB
INTRODUÇÃO:
A elevação da pressão arterial denominada de Hipertensão Arterial, se constitui no problema de saúde pública mais importante nos países desenvolvidos e tem adquirido grande relevância nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil (KASPER et al., 2006). De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010) (esta apresenta expressiva prevalência na população adulta brasileira e é responsável por gerar lesões em diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos. Utilizando-se o critério atual de diagnostico de HAS (140/90 mmHg), as taxas de prevalência na população adulta brasileira em estudos selecionados variam de 22,3% a 43,9%, sendo que a maioria das pessoas desconhece que são portadoras desse mal (BUSNELLO, 2001). A partir da natureza multidimensional, a qualidade de vida pode ser considerada de acordo com alguns fatores, através da percepção do indivíduo sobre sua condição física e cognitiva; (SEIDL; ZANNON, 2004). Assim este estudo objetiva analisar a qualidade de vida e os níveis de pressão arterial dos taxistas de Jequié-Ba; conhecer o estilo de vida e identificar os fatores de riscos que poderão interferir na qualidade de vida dos mesmos.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, com natureza quantitativa, que possibilita discutir os níveis pressóricos dos taxistas em Jequié/BA, e analisar a qualidade de vida dos mesmos. A pesquisa foi desenvolvida no município de Jequié/BA, nos pontos de táxi e, por envolver seres humanos, foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, sendo aprovada sob protocolo nº 135/2008, respeitando as normas da Resolução Nº196/1996. Como critérios de inclusão foram considerados os seguintes eventos: estarem cadastrados no sindicato e permanecer em pontos de táxi do centro da cidade. Como instrumentos para a coleta, utilizou-se, esfigmomanômetro (devidamente calibrado) e estetoscópio ambos da marca PremiumTM, para mensuração da pressão arterial. Também utilizamos fita métrica, para medir a circunferência abdominal e balança portátil, para verificar o peso. Para a coleta das informações foram aplicados dois questionários, o SF-36 visando obter dados da qualidade de vida; e outro contendo características sócio-demográficas, fatores comportamentais, medidas antropométricas e níveis pressóricos que poderão desencadear HAS nos taxistas. Para tabulação e análise dos dados foi usado o programa Epi InfoTM (3.5.3).
RESULTADOS:
Foram entrevistados 84 taxistas com idade entre 21 até mais de 80 anos, média aproximada de 52 anos. Em relação à cor/raça, 21% (n=18) disseram-se pardos, 21% (n=18) negros, 29% (n=24) brancos e 29% (n=24) amarelos. Quanto à escolaridade 50% (n=42) possuía o ensino médio, 47% (n=39) ensino fundamental e 3 % (n=3) ensino superior. De acordo com o SF-36 observou-se que em todos os domínios foi alcançada média acima de 70 pontos, considerada adequada para a qualidade de vida. O domínio que apresentou a melhor média foi o aspecto social, 97,9 pontos, demonstrando que os problemas físicos e emocionais pouco interferem na vida dos pesquisados. As respostas do domínio único mostraram que a maioria acredita que a sua saúde comparada há um ano é quase a mesma atualmente, marcando em média 60 pontos, tendo variado os valores de 20 a 100 pontos. Quanto aos níveis pressóricos dos taxistas a pressão sistólica apresentou-se com valor médio de 130 mmHg considerado normal de acordo com consenso nacional. Todavia, outro dado de relevância relaciona a carga horária diária de trabalho extensa em média 14 horas, acaba representando fatores de risco para o aumento pressão arterial e na qualidade de vida.
CONCLUSÃO:
Este estudo trouxe reflexões sobre a rotina dos taxistas que cruzam as ruas da cidade de Jequié - BA, muitas vezes mais preocupados com o trabalho do que com seus horários de descanso, almoço e cuidados pessoais, caracterizando-se como um estilo de vida altamente desgastante, exaustivo, estressante. Com base nos dados coletados e mediante a comprovação de uma necessidade eminente, objetivamos poder, posteriormente, formular ações para intervir no controle dos níveis pressóricos dos nossos informantes e, consequentemente, na melhoria ainda maior da sua qualidade de vida, já considerada satisfatória
Palavras-chave: Níveis Pressóricos, Qualidade de Vida, Taxistas.