64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
REFLEXÃO SOBRE O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO OFERTADO NA SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE MUTUÍPE-BA
Denise Bastos Costa 1,2
Érica Cunha Figueiredo 1,2
Fabiana Rodrigues dos Santos 1,2,3
Thereza Cristina Bastos Costa de Oliveira 1,2,3
1. Centro de Formação de Professores
2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
3. Profa. Dra./Orientadora
INTRODUÇÃO:
Para que a escola possa oferecer respostas educacionais compatíveis com as necessidades educacionais especiais dos alunos é imprescindível aceitar o desafio de operacionalizar práticas educacionais voltadas para todos os alunos. Entretanto, inúmeros são os fatores que dificultam esta prática: barreiras atitudinais, físicas e/ou pedagógicas. Nesse sentido o contexto educacional em que os alunos com deficiência são inseridos sem que sejam oferecidas respostas educacionais favoráveis a sua interação e promoção escolar, transforma-se em um espaço educacional excludente. Com este trabalho pretendemos uma maior aproximação entre os pesquisadores, os professores das salas comuns e do AEE para fortalecer a troca de saberes sobre práticas de inclusão de crianças com N.E.E e a sua promoção escolar formando assim, uma comunidade reflexiva e integradora. A presença da UFRB no estabelecimento desta parceria teve como finalidade, vir a somar esforços contribuindo para a compreensão e o encaminhamento de respostas favoráveis a construção de práticas inclusivas no contexto pesquisado identificando as necessidades educacionais específicas dos alunos e a definição dos recursos necessários das atividades a serem desenvolvidas que eliminassem as barreiras atitudinais, físicas e/ou pedagógicas.
METODOLOGIA:
O projeto Reflexão sobre o Atendimento Educacional Especializado ofertado na Sala de Recurso Multifuncional de uma Escola de Educação Básica do Município de Mutuípe-Ba, foi desenvolvido a partir da metodologia pesquisa-ação colaborativa. Essa metodologia contemplou a possibilidade de estabelecimento de parcerias entre a UFRB e a Escola Municipal pesquisada por meio de estratégias de comunicação para fomentar atitudes pró-ativas dos professores frente a educação inclusiva, bem como ampliar seus interesses no sentido de pesquisarem sobre a temática em foco. O trabalho foi desenvolvido através de acompanhamento do processo de inclusão dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais nas salas de recursos multifuncionais e nas salas comuns, observações com registros no diário de campo do pesquisador, realização de entrevistas e aplicação de questionários com os professores, estudo de caso, diálogo e compartilhamento sobre os dados levantados de maneira integrada com os professores, sujeitos envolvidos no processo da pesquisa a fim de construir coletivamente as condições para oferecer as respostas educacionais compatíveis com as necessidades educacionais dos seus alunos.
RESULTADOS:
A política inclusiva exige intensificação quantitativa e qualitativa na formação continuada de professores e a garantia de recursos financeiros e serviços de apoio pedagógico especializado para assegurar o desenvolvimento educacional dos alunos. No contexto observado foi identificada uma defasagem em relação ao atendimento dessas prerrogativas. De acordo com os professores das salas de recursos multifuncionais e das salas comuns a inserção dos alunos ocorre sem que sejam asseguradas as condições mínimas necessárias. Portanto, torna-se prioritária a formação continuada para superar a lacuna existente em relação ao conhecimento sobre as diferentes necessidades educacionais especiais dos alunos, para que possa ser efetivada uma prática inclusiva. Como também é necessária a adoção de metodologias, organização, procedimentos didáticos, atuação do professor, intensificação das relações interpessoais, individualização do ensino, condições físico-ambientais adequadas, flexibilidade curricular etc. Em relação à promoção dos alunos que apresentam necessidades especiais, o processo avaliativo representa um impasse, posto que ainda não foram adotados critérios e/ou adaptações adequadas.
CONCLUSÃO:
A implantação das salas de recursos multifuncionais nas escolas comuns da rede pública de ensino atende a proposição constante das políticas públicas inclusivas de acesso aos serviços e recursos pedagógicos de oferecer aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais o ensino complementar e/ou suplementar. Entretanto, embora seja garantida a matrícula, ainda não é assegurada de maneira geral aos alunos público alvo da Educação Especial às condições imprescindíveis para a interação e promoção escolar. Inúmeras são as barreiras atitudinais, físicas e/ou pedagógicas. Superar estes obstáculos não é tarefa fácil, pois eles são de natureza complexa, envolve múltiplas dimensões e perspectivas. Fortalecer o diálogo entre a comunidade acadêmica e os diversos atores envolvidos no processo educacional observado pode se constituir numa possibilidade oferecida pela UFRB para ampliar o impacto do conhecimento científico sobre as necessidades educacionais especiais e as estratégias a serem utilizadas para obtenção de respostas educacionais favoráveis a permanência e promoção escolar desses alunos, como também, identificar as demandas e viabilizar a formação continuada dos professores.
Palavras-chave: Educação Especial, Inclusão Escolar, Sala de Recurso Multifuncional.