64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração |
ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) NUMA PEQUENA EMPRESA DE BELO HORIZONTE – MG. |
Vânia Montalvão 1 Dione da Conceição Miranda 2 |
1. Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Mestranda em Tecnologia Ambiental pela Faculdade de Aracruz - ES 2. Profª.Dra./Orientadora-Coordenadora do Curso de Engenharia Química - UVV |
INTRODUÇÃO: |
O desenvolvimento industrial das nações aumenta a necessidade de proteção do planeta, pelos impactos ambientais gerados. Assim, o mercado aponta para formas de gestão que incluem a variável ambiental em seus processos e as empresas buscam atender a essa reivindicação modificando suas práticas de produção. O estudo da implantação de um SGA numa pequena empresa é de grande importância, pois permite conhecer os procedimentos adotados para redução e controle dos impactos gerados ao ambiente, demonstrando que é preciso controlar os resultados das operações da pequena empresa, que também polui o ambiente. As atitudes tomadas pelo Posto Ale Ponteio passam pela adoção de simples práticas, como coleta seletiva do lixo, até a inclusão de novos processos de gestão. A relevância do tema apoia-se no cenário brasileiro que conta com a aprovação da Lei da Natureza (Lei nº 9.605/1998), que em seu art. 54 conceitua como crime produzir poluição de qualquer natureza que possa resultar em danos à saúde humana ou provoquem a mortandade de animais ou destruição significativa da flora. O objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade de implantação de um SGA em empreendimentos de pequeno porte de Belo Horizonte, bem como subsidiar as empresas com informações para implantação do sistema em seus trabalhos. |
METODOLOGIA: |
O estudo iniciou-se a partir de uma pesquisa exploratória, com revisão de literatura sobre o tema tratado e construção de um quadro referencial teórico. O método utilizado, Estudo de Caso, apresenta uma abordagem qualitativa. O tipo de segmento escolhido, pequeno porte, reflete sua importância socioeconômica e ambiental no setor industrial mineiro e verifica a viabilidade de implantação de SGA no setor. O Posto Ale Ponteio foi selecionado, através de questionário enviado para 35 empresas locais, por sua postura frente ao ambiente e Belo Horizonte, lócus da pesquisa, por apresentar um número significativo de indústrias, constituindo-se em bom alvo para a implantação de SGA. Buscou-se uma visão investigativa dos resultados da empresa que adota o SGA, sendo os dados coletados no período de maio/2009 a março/2010, através de observação direta, dois questionários, aplicados aos coordenadores da área ambiental, sendo complementados com entrevista e pesquisa em documentos. Foram observadas as instalações da empresa e o comportamento do público interno e externo. Para análise dos dados estabeleceu-se paralelos entre as ações resultantes da implantação e/ou administração do SGA e foram propostas ações para subsidiar as empresas na busca do equilíbrio entre produção e ambiente. |
RESULTADOS: |
O Posto Ale Ponteio firmou parceria com a Consultoria Biosfer Licenciamento e Gestão Ambiental, para avaliação ambiental, em agosto/2008 e em outubro/2008 implantou o SGA. Introduziu a coleta seletiva do lixo e gestão da destinação final: os resíduos recicláveis são recolhidos pela empresa Raymar; os perigosos, como filtros de óleo, pela Pró-Ambiental; o óleo queimado é enviado para a Proluminas, para o re-refinamento. Monitora o uso da coleta seletiva do lixo, por colaboradores e clientes. Mantém acompanhamento das bombas e bocais de enchimentos dos reservatórios de combustíveis e dos tanques e tubulações, para evitar contaminações das redes de esgoto, de águas pluviais e poços de abastecimento de água. Os tanques de armazenamento possuem suspiro, para reduzir odores. Implantou um Plano de Controle de Emergência em março/2009, para evitar incêndios, explosão, vazamentos de gás de petróleo liquefeito e acidentes com funcionários. Instalou uma caixa separadora de água-óleo, que absorve os combustíveis derramados, pois podem atingir corpos hídricos e provocar a morte de peixes ou evaporar e poluir o ar. Instalou um sistema de aquecimento solar, para economia de aquecimento de água para banhos, e sistema de captação de água de chuvas, para lavagem de automóveis e limpeza geral. |
CONCLUSÃO: |
Através do estudo observou-se a importância do SGA para as organizações, pois se apresenta como oportunidade de alinhar os objetivos da empresa a uma política ambiental. A adoção de técnicas para a reciclagem e tratamento de resíduos e efluentes demanda novas formas de enxergar e administrar o negócio, passando uma imagem positiva para o mercado. A implantação do SGA permitiu à empresa: observar as leis ambientais, com a nomeação de representantes para sua área ambiental; maximizar o nível de comprometimento do quadro funcional, produto de reuniões mais frequentes; encontrar alternativas para reduzir o consumo de energia elétrica e de água, com a Instalação de aquecedor solar e sistema de captação e utilização de água de chuva; reativar a ducha para lavagem de automóveis, desativada pelo programa de contenção de custos; ampliar a captação de clientes, de 20.000 para 26.000/mês, e, assim, majorar as vendas de combustível em 25%, passando de 400.000 L para 500.000/mês. As práticas desenvolvidas pela pequena empresa podem ser adotadas por outras organizações, principalmente as de pequeno porte, pois quebram o paradigma de que inovação é para as grandes empresas, porque dispõem de melhor estrutura, além de ampliar as oportunidades, via mercado, e se enquadrar nas leis ambientais. |
Palavras-chave: Sistema de Gestão Ambiental, Impactos ambientais, pequeno porte. |