64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais |
ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA SOJICULTURA NA MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA-MA NO PERÍODO DE 1999 A 2009. |
Maria Emannuelle Lucena Rodrigues 1 Benjamin Alvino de Mesquita 2 |
1. Depto. de Economia - UFMA 2. Prof. Dr./Orientador - Depto. de Economia - UFMA |
INTRODUÇÃO: |
Com a incorporação de áreas de cerrado para o cultivo da soja, novas fronteiras agrícolas foram incorporadas para seu cultivo. No Estado do Maranhão, o avanço da monocultura da soja vem ganhando cada vez mais destaque, ocasionando um maior crescimento econômico. Entretanto, este cultivo vem acarretando mudanças nas atividades agrícolas, trazendo problemas de ordem social e ambiental. Nos últimos anos, a dinâmica da produção de soja no Estado do Maranhão avançou para o leste- Microrregião de Chapadinha- sendo favorecida pelo baixo valor de suas terras e a proximidade com o porto do Itaqui. Diante essa realidade, o presente estudo objetiva analisar os impactos desta expansão, pegando como recorte histórico o período de 1999 a 2009. |
METODOLOGIA: |
Para a realização deste trabalho foi indispensável uma revisão de literatura mais detalhada das questões concernentes aos efeitos da produção sojífera na Microrregião de Chapadinha-MA, utilizando um acervo diversificado, como teses de doutorado, monografias, artigos científicos, publicações do IMESC (Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos), do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) etc., além de órgãos como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). |
RESULTADOS: |
No caso especifico da cultura da soja na Microrregião de Chapadinha, pode se observar que em 1999 a área plantada era de 508 ha, com produção de 1036 t, produtividade de 2,04 t/ha e valor da produção somando R$323 mil. Em 2009, os números saltaram para 44.412 ha, 99.876 t, 2,47 t/ha e R$79.901 milhões respectivamente. Estas áreas cultivadas com soja foram ampliadas de forma intensiva- passando de 1,1% em 1999 para 31,39% em 2009 - fazendo uso de agrotóxicos, os quais poluíram as águas do rio Preto, deixando-as seriamente comprometidas. Este crescimento implicou em uma maior incorporação de áreas o que corresponde a um importante fator de desmatamento. Com a devastação sofrida pelas áreas de Chapadas que acabaram se transformando em grandes campos de soja, a população local que antes vivia da coleta dos frutos do cerrado, como fonte alimentar e como complemento de suas rendas, é prejudicada. Outro fator, é que estas áreas de Chapadas serviam para alimentar os animais que eram criados soltos, sendo agora impedidos por tal cultivo. Diante deste quadro, a entrada da soja nestas áreas de cerrado ocasiona uma mudança na forma de organização desta Microrregião. |
CONCLUSÃO: |
A expansão da sojicultura, devido a sua alta rentabilidade, vem ocupando áreas que antes eram destinadas a uma pequena produção considerada pouco viável em uma economia de mercado destinada ao grande capital. Áreas que antes eram destinadas a população local se transformaram em grandes campos de soja, ocasionando uma restruturação espacial, transformando terras que antes eram abundantes e de uso comum a todos, em áreas de uso particular e altamente valorizadas. A expansão da sojicultura acarreta impactos sociais tendo em vista que a Microrregião de Chapadinha é caracterizada pela forte presença da produção extrativista e de pequenos agricultores, além de impactos ambientais, visto que, o uso intensivo de agrotóxicos acaba poluindo o lençol freático. |
Palavras-chave: Soja, Impactos socioambientais, Microrregião de Chapadinha–MA. |