64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 10. Teoria Econômica |
O TRABALHO COMO RELAÇÃO SOCIAL DE PRODUÇÃO |
Edinara Oza Dias 1 Lucas Silveira Andrade Martins 1 |
1. Depto Economia - UFES |
INTRODUÇÃO: |
As relações de trabalho passaram por diversas transformações fundamentais até a contemporaneidade. Tais transformações deram-se a partir de um intenso movimento societário que possibilitou uma separação radical do trabalhador dos meios de produção, tornando a força de trabalho mercadoria. A mercantilização da força de trabalho foi resultado da chamada acumulação primitiva que, segundo Karl Marx, possibilitou a gênese e posterior desenvolvimento do modo de produção capitalista, elaborado no capítulo XXIV, livro I, volume I de O Capital. A venda de força de trabalho possui um papel relevante dentro da vida do sujeito enquanto ser social, tendo vista a dimensão ontológica do trabalho. Nesse sentido, a pesquisa visa analisar como o trabalho tornou-se relação social de produção, característica imprescindível para a sociedade atual. |
METODOLOGIA: |
O artigo é fruto de pesquisa realizada no Programa de Educação Tutorial, a partir de uma iniciativa motivada pela natureza do programa em questão. A pesquisa consiste em análise bibliográfica de artigos científicos, leitura sistemática de artigos de opinião veiculados em periódicos virtuais, capítulos de livros e principalmente de reflexões a partir de obras de Marx, Lukács e Chasin. |
RESULTADOS: |
O trabalho corresponde desde o princípio a uma atividade natural e por se tratar de todo fenômeno físico é o metabolismo do homem e natureza. No entanto, na sociedade capitalista, a força de trabalho apresenta-se na forma de mercadoria. Para tanto, podemos a partir das contribuições de Marx, traçar quatro pressupostos que condicionam o trabalho enquanto mercadoria. Um primeiro pressuposto, que explica de forma primígena como a relação de trabalho é entendida no modo de produção capitalista, trata-se em considerar que o trabalhador não vende a si, mas a força de trabalho empregada no processo produtivo. Dessa forma, como a força de trabalho realiza-se após um processo de compra e venda, o sujeito encontra o comprador de sua força de trabalho no mercado. Temos assim, o nosso segundo pressuposto. Seguindo esse raciocínio, para o trabalhador ter como única opção a venda de sua força de trabalho deve, necessariamente, ser um trabalhador livre, nesse caso, livre dos meios de produção, separado dele. O último pressuposto dá-se que, para que haja a circulação da mercadoria, apesar do modo de produção capitalista nascer da violência, ela não deve repousar-se na violência. O processo “econômico” deve, dessa forma, encontrar suas bases nas formas institucionais, jurídicas e ideológicas. |
CONCLUSÃO: |
Estudamos o processo de produção capitalista do ponto de vista do processo de trabalho, ou seja, o trabalho, considerando sua dimensão na consolidação do ser social, independe das relações sociais à época. Os elementos que compõem esse processo são os meios de trabalho, o objeto do trabalho e a ação humana transformadora. Chegamos, dessa forma - sempre à luz do pensamento marxiano -, à categorias já apresentadas que explicam o movimento da força de trabalho dentro do modo de produção capitalistas, tais como exploração e alienação do trabalho. Desse modo, analisamos o trabalho pela sua dimensão ontológica, onde a partir da mercantilização da força de trabalho temos o processo de coisificação do homem. |
Palavras-chave: Trabalho, Marx, Ontologia. |