64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
O CLIMA COMO FATOR PARA A OCORRÊNCIA DE DESLIZAMENTO DE MASSA NA CIDADE DO RECIFE - PE
Josafá Henrique Gomes 1
Rodolfo Jerônimo do Prado 2
Leonardo de França Silva 1
João Paulo Andrade Rodrigues do Ó 1
1. Departamento de Ciências Geográficas - UFPE
2. Núcleo de pós-graduação em Geografia – FUNESO
INTRODUÇÃO:
Devido ao processo desigual de ocupação na cidade do Recife, as camadas menos favorecidas da população fixaram-se em áreas desvalorizadas imobiliariamente, terminando por ocupar os morros ou encostas localizadas, principalmente, na zona norte da Cidade do Recife, região que se caracteriza como área de risco, por apresentar características que favorecem a ocorrência de deslizamentos. Nesse contexto, fatores climáticos como a precipitação, juntamente com a ocupação irregular do solo, permitem que as vulnerabilidades sejam intensificadas, sobretudo no período chuvoso, quando as chuvas são mais intensas, com a ocorrência ou não de eventos extremos, vindo a deflagrar deslizamentos de encostas em vários locais desta região.
METODOLOGIA:
Os métodos utilizados para a elaboração desse trabalho consistiram em revisão bibliográfica, que facilitou o entendimento da temática; a problemática que envolve a ocupação em áreas de risco e a ocorrência de movimentos de massa durante o período de precipitação intensa, devido à existência ou não de eventos extremos de clima na cidade do Recife. Também acompanhou um trabalho de campo, o qual permitiu melhor visualização das áreas de riscos localizadas na zona norte do Recife; os problemas que as áreas apresentam; a situação das moradias, da área, e as medidas adotadas pela prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento Participativo, Obras e Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CODECIR), para contenção dos deslizamentos e evitar a ocorrência de desastres.
RESULTADOS:
O clima da cidade do Recife é tropical chuvoso, tipo As’ conforme a classificação de Köppen, apresentando precipitação anual acima de 750 mm e temperatura média sempre superior a 18ºC (ALHEIROS, 2003, p. 8). A pluviosidade, que se concentra entre os meses de abril e julho, surge, então, como fator condicionante para a ocorrência de deslizamentos, uma vez que a água escoa e se infiltra no solo, provocando a desestabilização das encostas. Essas características climáticas favorecem o intemperismo químico das rochas graníticas e dos sedimentos, aumentando o conteúdo de argilas nos solos, o que leva a uma maior probabilidade de ocorrência de desastres. A partir da observação de gráficos climáticos do estado de Pernambuco, foi possível observar que a Região Metropolitana do Recife, segue a tendência presente nos climogramas analisados, concentrando as chuvas entre os meses de abril a julho. Nesse período, os tipos de movimentos de massa que acontecem com maior frequência na zona norte do Recife são os escorregamentos translacionais que, em geral, ocorrem durante ou logo após as chuvas intensas. Para isso, foi utilizada uma tabela, na qual ficam evidenciados os graus de suscetibilidade a partir dos intervalos de chuva medidos durante o ano. Os riscos de deslizamento variam entre os graus baixo e alto, conforme a intensificação da precipitação.
CONCLUSÃO:
A partir da compreensão das características físicas da cidade, é que a prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento Participativo, Obras e Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CODECIR), planeja sua atuação nas áreas de risco, uma vez que o volume e a intensidade da precipitação juntamente com a forma de ocupação das áreas observadas, são fatores primordiais para a ocorrência dos deslizamentos. Além disso, a prefeitura, através da CODECIR, trabalha durante o ano todo (intensificando durante os períodos chuvosos) com ações preventivas em áreas de instabilidade e que apresentam riscos à população.
Palavras-chave: clima, deslizamento de encostas, ocupação urbana.