64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional |
Determinantes da Exportação Continuada das Empresas Goianas |
Andrea Freire de Lucena 1 Dnilson Carlos Dias 2 Sandro Eduardo Monsueto 3 Gercione Dionízio Silva 4 Juliana Teixeira Leite 5 |
1. Professora Doutora/Orientadora – curso de Ciências Econômicas – UFG 2. Professor mestre – curso de Ciências Econômicas – UFG 3. Professor mestre – curso de Ciências Econômicas – UFG 4. Aluno – curso de Ciências Econômicas – UFG 5. Aluna – curso de Ciências Econômicas – UFG |
INTRODUÇÃO: |
A atividade exportadora é de fundamental importância para o desenvolvimento dos países, visto seus impactos sobre o setor produtivo, o equilíbrio das contas nacionais e a importação de renda de outros países. Tal atividade oferece uma série de vantagens, como os impactos positivos sobre a imagem da empresa, uma vez que o caráter de “empresa exportadora” é uma referência importante, nos contatos da empresa, no Brasil e no exterior. Por isso, o incremento das exportações tem sido prioridade política para os diversos governos brasileiros. Goiás tem ocupado cada vez mais uma posição de destaque em vários segmentos produtivos. O Estado vem apresentando superávits na balança comercial. O volume transacionado mostra que gradualmente os produtos goianos ampliam sua participação no mercado internacional. A exportação assume grande relevância para a empresa, pois é o caminho mais eficaz para garantir o seu futuro em um ambiente globalizado cada vez mais competitivo, que exige das empresas brasileiras e goianas capacitação para enfrentar a concorrência estrangeira, tanto no Brasil como no exterior. A pergunta que se coloca nesse artigo, fundamentalmente é: quais são, de fato, os determinantes da exportação continuada das empresas goianas? |
METODOLOGIA: |
Considerando que o trabalho analisa o que faz uma empresa goiana exportar de forma continuada, o uso do modelo Probit mostra-se o mais indicado. O tamanho da empresa foi definido a partir de quatro dummies: microempresa; pequeno; médio; grande porte. O comportamento da empresa antes da primeira exportação é analisado por meio de variáveis binárias que verificam se a empresa realizou avaliações sobre as barreiras e o grau de exigência do mercado exportador. A realização ou não de pesquisas de mercado também foi captada por duas dummies: pesquisa nacional e pesquisa exterior. O impacto das políticas de financiamento e da carga tributaria é representado dentro do modelo por três variáveis binárias: políticas, financiamento, tributos. A importância da atividade de pesquisa e de inovação é representada pelas dummies Inovação e Certificação. As perspectivas da empresa sobre sua atividade exportadora no futuro são captadas por um conjunto de três dummies: perspectiva de crescimento engajado nas exportações, estabilidade e de diminuição da atividade exportadora. Desta forma, o modelo a ser estimado pode ser sintetizado pela equação 1: y= f (Porte; Barreiras; Exigências; Pesquisa Nacional; Pesquisa Exterior; Políticas; Financiamento; Tributos; Inovação; Certificação; Perspectivas) |
RESULTADOS: |
Os modelos estimados evidenciam uma importância do tamanho das empresas para que a exportação seja um processo contínuo entre os empresários goianos, mostrando que são justamente as maiores empresas que possuem maior poder de captação de recursos tanto próprios como por meio de instituições financeiras. Tomando como referência as microempresas do Estado, o estudo mostra que as firmas maiores, principalmente as de médio porte, são as mais propensas a realizar atividades continuadas de exportação. Com relação às dificuldades impostas pelo mercado exportador, apenas a avaliação previa das exigências impostas pelo mercado comprador se mostra importante no modelo estimado, indicando que essa avaliação prévia é condição quase que necessária para um bom desempenho exportador. As demais variáveis apresentam sinais esperados, mas não são significativas no modelo estimado para a amostra analisada. Contudo, deve-se ressaltar que o objetivo do modelo é estimar a probabilidade de uma firma, já exportadora, continuar exportando de forma continuada e não a probabilidade de realizar alguma exportação. |
CONCLUSÃO: |
As empresas podem participar do mercado internacional de modo ativo, permanente e contínuo, ou de maneira eventual, mas geralmente o êxito, a continuidade e o bom desempenho na atividade exportadora são obtidos pelas empresas que se inseriram na atividade como resultado de um planejamento estratégico direcionado para os mercados externos. No caso específico de Goiás, as empresas que têm uma prática exportadora contínua são aquelas de médio porte e que costumam pesquisar e levar em consideração as exigências do mercado importador na hora de fabricar o seu produto. Em síntese, o que os resultados preliminares desse artigo mostram é a necessidade de se aprofundar no estudo dos determinantes da exportação no estado de Goiás, uma vez que os fatores fundamentais parecem ser o tamanho da empresa e a adaptação do produto às exigências internacionais. Isso implica dizer que as grandes organizações têm tido espaço contínuo no comércio exterior do estado, já que elas têm mais condições de atender às exigências impostas pelos importadores. Essa situação, portanto, tende a concentrar cada vez mais as exportações goianas em poucos produtos e em poucas empresas. |
Palavras-chave: Competitividade internacional, Exportação continuada, Internacionalização de empresas. |