64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
PERCEPÇÃO DO PACIENTE IDOSO FRENTE À TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Gislayne Galvão Mendes 1
Ana Flávia Carvalho Moreira 2
Mayna Pereira de Lima 3
Tatiane Cardoso Fernandes 4
Cristiane de Sena Assis 5
Paulo Roberto da Silva Ribeiro 6
1. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
2. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
3. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
4. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
5. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
6. Prof. Dr./Orientador – CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA
INTRODUÇÃO:
Em 1999, no Brasil, o contingente de pessoas com mais de 60 anos foi de 9,0% e, com o aumento da expectativa de vida, estima-se que este montante alcance 13,0% em 2020. O uso de medicamentos é uma questão relevante em todas as faixas etárias, entretanto as pesquisas sobre essa temática têm se dedicado, com frequência, ao paciente idoso, em decorrência das peculiaridades desse grupo etário. Os medicamentos representam um dos itens mais importantes na atenção à saúde do idoso, entretanto, os riscos inerentes à utilização inadequada são maiores nesta faixa etária, em relação ao restante da população. Com o envelhecimento, o indivíduo torna-se mais vulnerável a efeitos adversos devido às particularidades fisiológicas ocasionadas por este processo. Muitos fatores contribuem para diminuir o conhecimento do paciente idoso quanto ao seu tratamento medicamentoso, tais como a falta de aconselhamento individualizado, a falta de informação escrita personalizada, o reforço das instruções orais, a inabilidade para recordar as informações previamente apresentadas e a falta de um ajudante ou auxiliar na hora de tomar a medicação. Assim, este estudo objetivou avaliar o conhecimento sobre o uso de medicamentos por idosos, bem como fornecer subsídios para a promoção do uso racional de medicamentos.
METODOLOGIA:
Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo transversal e descritivo, de caráter qualitativo e quantitativo. Esta pesquisa foi realizada na Instituição Social Casa do Idoso, situada no Município de Imperatriz – MA. Para tanto, foram entrevistados 62 idosos, sem déficit cognitivo, no período de outubro a novembro de 2011. As entrevistas foram feitas após a solicitação do consentimento por escrito, onde se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa para o idoso e, em seguida, foi solicitada a sua assinatura. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista prontamente estruturado, onde foram investigadas, junto ao público-alvo, as seguintes variáveis: idade, sexo, grau de escolaridade, estado marital, renda mensal e aspectos inerentes ao conhecimento sobre o uso de medicamentos. Os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS:
Observou-se que a maioria dos indivíduos investigados é do sexo feminino (69,4%), com faixas etárias de 65 a 69 anos (29,0%), casados (43,6%), com 1° grau incompleto (71,0%), com residência própria (90,3%) e com renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (72,6%). (71,0%) dos idosos relataram procurar atendimento médico sempre que precisam e (50,8%) destes recorreram a este serviço, nos últimos 12 meses, por mais de 3 vezes. Entretanto, (77,3%) dos gerontes afirmaram praticar a automedicação, geralmente, orientados por parentes ou vizinhos. (59,3%) dos entrevistados afirmaram que nunca permitem a substituição dos medicamentos do receituário médico. O armário da cozinha tem sido o principal local de armazenamento de medicamentos para (93,4%) dos idosos. Quanto ao uso de medicamentos no horário correto, (93,6%) não o faziam com frequência e (59,7%) destes afirmaram que os administram mais tarde. (74,7%) dos entrevistados nunca permitem que outras pessoas utilizem os seus medicamentos. (22,5%) dos idosos abandonam o tratamento medicamentoso sem orientação médica, principalmente por acharem que já estavam melhores de saúde. (44,9%) dos idosos sempre ingerem os medicamentos depois das refeições e apenas (7,24%) usam o medicamento restritamente de acordo com as orientações médicas.
CONCLUSÃO:
A prática da terapia medicamentosa pelo idoso tem sido alvo de discussão em diversas pesquisas, isto se deve, sobretudo, ao consumo exacerbado de medicamentos na terceira idade e aos prejuízos do uso inadequado dos mesmos. A partir da análise dos dados obtidos nesta pesquisa, foi possível evidenciar o déficit de conhecimento sobre uso de medicamentos entre os idosos investigados, podendo afetar a eficácia da terapêutica medicamentosa e trazer prejuízos à sua saúde. Assim, tornam-se necessárias melhorias no processo de orientação aos gerontes sobre o adequado uso de medicamentos, contemplando toda a equipe de profissionais de saúde envolvidos na assistência ao idoso. Evidencia-se, então, a necessidade da construção de uma abordagem educativa como estratégia para instruir os idosos sobre as doenças que comumente acometem a terceira idade, bem como a promoção da adesão ao tratamento, com ênfase no uso racional de medicamentos.
Palavras-chave: Terceira Idade, Conhecimento, Terapia medicamentosa.