64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública |
TERAPIA MEDICAMENTOSA: O USO DE MEDICAMENTOS SOB A ÓTICA DO IDOSO |
Tatiane Cardoso Fernandes 1,2 Cristiane de Sena Assis 1,2 Gislayne Galvão Mendes 1,2 Ivone Pereira da Silva 1,2 Mayna Pereira Lima 1,2 Paulo Roberto da Silva Ribeiro 1,2 |
1. CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA 2. CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA 3. Prof. Dr./Orientador – CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA– Imperatriz, MA 4. CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA 5. CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA 6. CCSST– Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA |
INTRODUÇÃO: |
O Brasil encontra-se em importante mudança demográfica, com aumento da expectativa de vida e acentuado envelhecimento da população. Com o envelhecimento, podem surgir inúmeras patologias, considerando que quando tratada, a prescrição de pelo menos um fármaco, pode-se prever um número cada vez maior de indivíduos tomando múltiplos medicamentos. Assim, o uso de medicamentos tem aumentado vertiginosamente entre os idosos, devido ao aumento exponencial da prevalência de doenças crônicas e de fragilidades que acompanham o processo do envelhecimento. Tendo em vista que o organismo idoso apresenta mudanças em suas funções fisiológicas, várias são as consequências para o uso de múltiplos medicamentos, como reações adversas, assim como as interações medicamentosas representam as consequências mais diretamente relacionadas. Diante deste contexto, este trabalho objetivou investigar o uso de medicamentos pelos idosos que vivem na comunidade, além de verificar os fatores sociodemográficos e as condições de saúde no uso de medicamentos. Para o aluno a pesquisa possibilita aproximar os acadêmicos do seu campo de trabalho, bem como aliar os conhecimentos teóricos aprendidos e identificar o papel educativo desempenhado pelo enfermeiro na assistência em saúde do idoso. |
METODOLOGIA: |
Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo transversal e descritivo, de caráter qualitativo e quantitativo. Esta pesquisa foi realizada no Centro de Convivência da Melhor Idade Esperança, situado no Município de Imperatriz – MA. Para tanto, foram entrevistados 54 idosos, sem déficit cognitivo, no período de abril a maio de 2011. As entrevistas foram feitas após a solicitação do consentimento por escrito, onde leu-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa para o idoso e, em seguida, foi solicitada a sua assinatura. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista prontamente estruturado, onde foram investigadas, junto ao público-alvo, as seguintes variáveis: idade, sexo, grau de escolaridade, estado marital, renda mensal e aspectos inerentes ao conhecimento sobre o uso de medicamentos. Os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados. |
RESULTADOS: |
Pelos resultados obtidos neste trabalho, observou-se que entre os idosos entrevistados, 68,5% eram mulheres; 25,9% encontraram-se na faixa etária de 71 a 75 anos, 55,6% eram casados, 83,3% possuíam o ensino fundamental incompleto, 74,1% possuem renda mensal entre 1 a 2 salários mínimos. A prevalência do uso contínuo de medicação entre os indivíduos foi de 92,6%, onde foi relatado o uso de 119 especialidades farmacêuticas. Além disso, 88,9% dos idosos relataram que já usaram medicamentos sem prescrição médica, sendo 40,7% destes orientados por parentes ou vizinhos. 42,6% dos entrevistados afirmaram que sempre permitem a substituição dos medicamentos do receituário médico. O armário do banheiro tem sido o principal local de armazenamento de medicamentos para 48,1% dos idosos. Quando se esquecem de tomar o medicamento no horário correto, 50% dos gerontes afirmaram que o toma mais tarde. Quanto à leitura da bula, verificou-se que 55,7% têm esta prática e que 38,9% destes pedem para alguém ler, pois não sabem ler. Em 33,3% dos casos há o abandono do tratamento medicamentoso sem orientação médica, por acharem que o medicamento já havia feito o efeito e já estarem bons (40,0%) ou devido aos efeitos colaterais (30,0%). 40,3% dos idosos sempre ingerem os medicamentos depois das refeições. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados obtidos mostraram que há um elevado padrão de uso de medicamentos entre os idosos investigados neste estudo, que a proporção destes que fazem uso de medicamentos não-prescritos foi expressiva e que o nível de conhecimento sobre este uso é baixo. Assim, há a necessidade de melhorias no processo de orientação aos gerontes sobre o adequado uso de medicamentos, contemplando toda a equipe de profissionais de saúde envolvidos na assistência ao idoso. Intervenções baseadas na educação dos idosos sobre as doenças que acometem a terceira idade e o tratamento adequado das mesmas também têm se mostrado eficazes na promoção da adesão ao tratamento, com ênfase no uso racional de medicamentos. |
Palavras-chave: Idosos, Conhecimento, Uso racional de medicamentos. |