64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS: UM ENFOQUE NO COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS
Adriana Paula Maia de Souza 1
Rafael Ivan Freire Meneghini 2
Rosângela Almeida da Silva 3
Jean Carlos Machado Alves 4
1. Estudante/ Autor - Depto de Administração - UFAM
2. Estudante/ Co-autor - Depto de Administração - UFAM
3. Estudante/ Co-autora - Depto de Administração - UFAM
4. Prof. M.S.c/Orientador - Depto. de Administração – UFAM
INTRODUÇÃO:
A discussão a cerca da Educação Ambiental (EA) é um assunto altamente relevante no cenário mundial hoje. Ademais, o desenvolvimento da consciência ambiental em diferentes camadas e setores da sociedade envolve também o setor da educação, a exemplo das Instituições de Ensino Superior (IES) que desempenham um papel fundamental no processo de transformação do conhecimento e de mudanças sociais, pois a formação ambiental discute os métodos tradicionais de ensino, coloca novos desafios à transmissão do saber e exige novas atitudes dos professores e alunos, novas relações sociais à produção do saber ambiental que não se forma nem se esgota nos laboratórios e nas aulas. Nesse contexto, a UFAM e a UEA são importantes atores no processo de EA em Manaus. Por isso, esta pesquisa objetivou identificar e analisar o comportamento dos usuários dos Restaurantes Universitários (RU) no que tange a EA. Especificamente, levantar quais mecanismos são usados para implementar programas ambientais que abordem as questões de consciência e educação ambiental, trazendo às universidades a oportunidade prática de envolvimento da formação de profissionais, e determinar possíveis impactos da geração e da destinação de resíduos em ambas IES.
METODOLOGIA:
Para analisar o comportamento dos usuários dos restaurantes universitários localizados na UEA/Escola Superior de Tecnologia (UEA/EST) e na UFAM/Faculdade de Estudos Sociais (UFAM/FES) foi utilizado o método de pesquisa de campo, realizada através de observações in loco, obedecendo a um roteiro composto por oito (8) indagações. Em cada universidade foram realizadas cinquenta e duas (52) observações, sempre nos horários de almoço (horário de maior movimentação nos restaurantes). Ao todo, uma amostra de 104 observações, sendo 49% do sexo masculino e 51% do sexo feminino que posteriormente foram tabuladas e analisadas no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Quanto ao levantamento dos mecanismos usados para implementar programas ambientais em ambas as IES foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os gestores dos Restaurantes Universitários. Nas questões abertas, que permitem resposta ampla e livre dos gestores, foi utilizado o método quantitativo-interpretativo a cada uma e analisados os pontos de interesse relacionados aos objetivos da pesquisa.
RESULTADOS:
A pesquisa apontou que no total geral dos RU’s 53,4% dos usuários utilizaram todos os itens fornecidos (copos plásticos, guardanapos, etc) e 46,6% pegam todos os itens oferecidos, mas não utilizam todos. Ao comparar o sexo e a separação dos resíduos em ambos os RU’s, observou-se que 54,90% do sexo masculino não separam os resíduos por tipo e 47,17% dos usuários do sexo feminino separam. Por outro lado, 52,94% do sexo masculino não utilizaram todos os itens disponíveis e 59,62% do sexo feminino utilizaram todos os itens. Ao comparar a localização e a separação dos resíduos gerados, observou-se que na UEA/EST 78,85% dos usuários separam os resíduos por tipo e 21,15% não separam. E na UFAM/FES, 13,46% separam os resíduos por tipo e 86,54% não. Além disso, ambas IES lidam com políticas e ações de EA junto aos RU’s de forma diferenciada. Assim, é razoável supor que isso influencia direta e indiretamente nas ações dos usuários desde a localização das coletoras, políticas de educação ambiental, fiscalização e a destinação correta dos resíduos. Como pode ser observado na UEA/EST 98,08% das coletoras estão corretamente identificadas e bem visíveis, enquanto que na UFAM/FES 100% das especificações dos depósitos dos resíduos não estão visíveis, uma vez que não há coleta seletiva.
CONCLUSÃO:
O comportamento dos usuários dos RU’s estudados em Manaus são distintos e está associado à adoção de programas e ações de educação ambiental, tais como políticas contra o desperdício, coleta seletiva, destinação correta dos resíduos, correta identificação e boa localização das coletoras. Mas, há itens a serem melhorados, tais como o consumismo exarcebado dos usuários e o aproveitamento dos resíduos orgânicos, como compostagem ou como fonte de energia. Ademais, a coleta de óleo de cozinha foi apontada como resíduo potencialmente poluidor e que pode ser reaproveitado como fonte de negócio na fabricação de sabão e as garrafas PET como matéria-prima de artesanatos e brinquedos pedagógicos. Observou-se também que não há preocupação com a questão ambiental por parte da empresa responsável pelo RU de uma das instituições estudadas e isso influencia nas ações dos usuários, pois não há políticas como coletoras devidamente identificadas e bem localizadas. Desta forma, a implantação de políticas de EA nas IES torna-se fundamental para adquirir e por em prática ações que visam o menor impacto possível dos Restaurantes Universitários ao meio ambiente e assim cumprir um dos seus papeis educacionais formando não somente profissionais, mas também cidadãos conscientes.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Restaurantes Universitários, Comportamento dos usuários.