64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

PREVALÊNCIA E PRODUÇÃO DE ENZIMAS POR Candida spp ISOLADAS DE AMOSTRAS VAGINAIS

Dália Cristine Vaz dos Anjos 1 Suzane Katy Rocha Oliveira 2 Laura Helena Reis Fontes 3 Iven Neylla Farias Vale 2 Patrícia Valéria Gomes Castelo Branco 2 Cristina de Andrade Monteiro 4

1. Aluna de Iniciação Ciêntífica/FAPEMA - Uniceuma 2. Aluna do Programa de Mestrado em Biologia Parasitária - Uniceuma 3. Aluna de Graduação/Enfermagem - Uniceuma 4. Profa. Dra./Orientadora - Laboratório de Microbiologia- UNICEUMA

INTRODUÇÃO:

Espécies do gênero Candida fazem parte da flora vaginal, podendo causar diferentes tipos de candidoses quando fatores locais ou sistêmicos interrompem o equilíbrio ecológico. A instalação no hospedeiro deve-se não apenas a fatores exógenos mas também a enzimas extracelulares que podem atuar como fatores de virulência. A produção de enzimas como, hemólise, proteinase e fosfolipase são importantes no processo de patogenicidade dessa espécie, tornando a candidíase vulvovaginal (CVV) um problema ginecológico comum na idade reprodutiva. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de espécies de Candida spp em amostras de secreção vaginal e avaliar a produção in vitro de exoenzimas.

METODOLOGIA:

Foram analisadas um total de 144 amostras de secreção vaginal de pacientes atendidos em um hospital público de São Luis-MA. As amostras coletadas foram semeadas em Agar Sabouraud Dextrose e os isolados foram identificados em meio CROMÁgar. A produção de exoenzimas foi realizada em triplicata com métodos específicos. A atividade hemolítica foi verificada em placas utilizando-se sangue de carneiro desfibrinado. Para atividade de fosfolipase utilizou-se meio contendo gema de ovo e a análise da atividade proteolítica foi verificada em meio enriquecido com albumina de soro bovino. Os fatores associados com vulvovaginites por Candida foram ciclo menstrual regular, contraceptivos, ensino médio, vulvovaginites prévias, roupas de lycra, uso de protetor diário e corrimento. Os dados foram analisados estatisticamente pelos testes X², ANOVA, Kruskal Wallis e Student Newman. O intervalo de confiança adotado para inferência estatística foi de 95%.

RESULTADOS:

Dentre as amostras analisadas, 90 apresentaram cultura positiva para Candida spp . A principal espécie isolada foi Candida parapsilosis com 43,3% dos casos. A correlação entre a presença de espécies de Candida e da presença ou ausência de sintomas não foi estatisticamente significativa (x = 3,22, p = 0,073). A produção de hemolisina foi encontrada em 72 dos isolados (80 %). A diferença entre as médias para os índices hemolíticos entre as espécies não foi estatisticamente significante (p > 0,05). A produção de fosfolipase foi detectada em 8 ( 8,9 %) dos isolados testados e a atividade de proteinase foi verificada em 16 ( 17,8 %). Houve diferenças estatisticamente significantes com relação à produção de fosfolipases entre espécies (p < 0,05). Para a atividade de proteinase analisada entre os isolados de Candida spp . não foi verificada diferença de produção enzimática entre cepas provenientes de secreção vaginal (p>0,05). O corrimento foi um sintoma associado com vulvovaginites por Candida spp .

CONCLUSÃO:

O presente estudo revelou um aumento na prevalência de Candida não albicans em mulheres com vulvovaginites. A principal espécie isolada foi Candida parapsilosis . A vulvovaginite foi mais frequente em mulheres em idade reprodutiva; A maioria dos isolados foram produtores de hemolisina, enquanto a produção de proteinase e fosfolipase foi detectada em menor quantidade. A produção desses fatores de virulência pode contribuir na patogenicidade das espécies de Candida spp e o desenvolvimento de infecção vaginal, quando em condições apropriadas.

Palavras-chave: Fator hemolítico, Fosfolipases, Candida spp..