64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO OTOLÍTICA EM PACIENTES COM HIPOFUNÇÃO VESTIBULAR ANTES E APÓS A INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Hérica Salvaro Fernandes 1
Évelin Vicente 2
1. Curso de Fisioterapia, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, Criciúma-SC
2. Profa. Dra. / Orientadora – Curso de Fisioterapia – UNESC
INTRODUÇÃO:
O sistema vestibular tem a função primordial de manutenção da postura e do equilíbrio. A pessoa que possui Hipofunção Vestibular (HV) apresenta uma alteração do equilíbrio corporal devido a uma lesão neste sistema. Além da alteração do equilíbrio, outros sintomas podem estar presentes, como vertigem, enjôo, zumbido, entre outros. Tais sensações causam um grande desconforto levando à restrição de movimentos, redução da participação em atividades domésticas e sociais. O objetivo deste estudo é verificar os efeitos da intervenção fisioterapêutica sobre os principais sinais e sintomas do portador de HV. A reabilitação vestibular é um tratamento terapêutico que busca a promoção da melhora do equilíbrio, da qualidade de vida e a restauração da orientação espacial. É através de uma intervenção fisioterapêutica, com exercícios específicos, que os indivíduos com HV vão obter uma me¬lhora dos sintomas desencadeantes, propiciando assim uma melhora na realização das suas atividades de vida diária. Dessa forma, fica evidente a importância da intervenção fisioterapêutica no tratamento da HV, pois são inúmeros os benefícios oriundos de um protocolo de exercícios para a melhora da qualidade de vida em indivíduos com HV.
METODOLOGIA:
O presente trabalho foi realizado na Clínica de Fisioterapia da UNESC no período de Abril a Setembro de 2011. Participaram do estudo 4 pacientes, 3 do sexo feminino (75%) e 1 do sexo masculino (25%), com idade média de 39.25 (±14,86) anos, caucasianos, com diagnóstico clínico de HV oriundos de dois consultórios de otorrinolaringologia da cidade de Criciúma-SC. Os pacientes foram submetidos a avaliação do equilíbrio estático, através do Teste de Romberg Simples e Romberg Sensibilizado; do equilíbrio dinâmico, através do Teste de Fukuda; avaliação da marcha, através do Teste Get up and Go; e foi aplicado o Teste Posicional e do Movimento. Após a avaliação, os pacientes iniciaram um protocolo de exercícios de Cawthorne e Cooksey, que consistem em movimentos de cabeça, pescoço e olhos, exercícios de controle postural em diversas posições. Os pacientes foram atendidos individualmente, 2 vezes por semana, durante 5 semanas, totalizando 10 sessões, com tempo de atendimento de 40 minutos. Ao término das 10 sessões os pacientes foram reavaliados. Os dados foram analisados no programa Excel fazendo comparação antes e depois através do Teste t de Studen’t, tendo o p<0,05 como estatisticamente significativo.
RESULTADOS:
Com relação ao equilíbrio, houve uma melhora tanto no estático como no dinâmico. No teste de equilíbrio dinâmico, na qual foi utilizado o Teste de Fukuda, no primeiro momento, todos os pacientes da amostra obtiveram resultado positivo, ou seja, com progressão do paciente para frente e com rotação lateral. No segundo momento da avaliação do teste, nenhum paciente apresentou progressão para frente e nem rotação. Com a melhora do equilíbrio estático e dinâmico, consequentemente houve melhora no desempenho da marcha dos pacientes, avaliados pelo teste Get Up and Go, diminuindo o tempo de realização do teste, sendo a média inicial de 21,5 (±11,21) segundos e a média final de 10,75 (±0,95) segundos, entretanto esta melhora não foi significativa p=0,052. Com relação ao Teste Posicional e do Movimento, a média inicial foi de 58,25 (±1,67) pontos e a média final de 7 (±0,58) pontos, houve uma melhora e foi significativa p=0,002. Este teste é importante, pois avalia as posições e movimentos que provocam os sintomas do paciente. Neste quesito do exame, é feita uma tentativa de repetir as várias posições e movimentos experimentados pelo paciente durante todo o dia.
CONCLUSÃO:
Os exercícios terapêuticos realizados através do protocolo de Cawthorne e Cooksey propiciaram uma melhora no equilíbrio estático e dinâmico, da marcha, melhora do movimento da cabeça sem desencadear sintomas da HV, entre eles, enjôo, nistagmo, vertigem, dor de ouvido, cefaléia e zumbido, avaliado no Teste Posicional e do Movimento. Dessa forma, podemos concluir que a intervenção Fisioterapêutica é indispensável para a melhora do quadro clínico dos pacientes com histórico de HV, influenciando diretamente na melhora da qualidade de vida. A Fisioterapia tem como objetivo restabelecer o equilíbrio por meio de estímulos motores e sensoriais, propiciando ao paciente realizar o mais perfeitamente possível os movimentos que estava acostumado a fazer antes de surgirem os sintomas da HV.
Palavras-chave: Hipofunção Vestibular, Reabilitação Vestibular, Qualidade de Vida.