64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
ANÁLISE AMBIENTAL DAS CAVIDADES DO LAJEDO DE SOLEDADE – APODI – RN
Rossyanne Lopez Baracho 1
Vanessa Sancho Muniz 1
Larisse Lopes da Silva 1
Marcelo de Oliveira Soares 2
1. Instituto de Ciências do Mar – UFC
2. Prof. Dr./Orientador - Instituto de Ciências do Mar – UFC
INTRODUÇÃO:
O Lajedo de Soledade, localizado no distrito de Apodi, no Estado do Rio Grande do Norte, possui um grande valor paleontológico, arqueológico, histórico e espeleológico, devido conter variedade significativa de ravinas, cavernas, pinturas rupestres e fósseis.
Este trabalho tem como objetivos principais a descrição dos impactos ambientais da área ocasionados pela ação antrópica; mapeamento das zonas de amortecimento das cavidades e a apresentação de recomendações para uma gestão ambiental mais eficiente, de forma a diminuir os impactos. Objetivou-se um levantamento holístico da área sob o enfoque geoambiental.
O decreto n° 99.556/90 dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional, e outras providências. Nele, o art. 1° diz que as cavidades naturais subterrâneas que se encontram no território nacional constituem o patrimônio cultural brasileiro, e como tal será preservado e conservado de modo a tirar todos os possíveis proveitos destes. Logo as cavidades do Lajedo de Soledade, estão sobre proteção do Poder Público. Este trabalho acrescentará na literatura cientifica demostrando quais os impactos e recomendações para o Lajedo de Soledade, e assim, auxiliado em sua proteção.
METODOLOGIA:
A análise integrada baseou-se em dados primários e secundários. A coleta de dados secundários foi realizada através de levantamento bibliográfico do patrimônio espeleológico da região da Chapada do Apodi, utilizando a estratégia do inventário. Os dados primários foram coletados por três métodos: inquirição, observação e amostragem em campo. Na inquirição obtiveram-se informações por meio de uma série de perguntas formuladas á moradores da região. Na amostragem em campo, realizou-se a aferição de dados de forma sistematizada; e na observação por meio de busca aleatória de informações (Santos, 2004).
O levantamento dos impactos ambientais, cavidades e estruturas associadas para a delimitação das zonas de amortecimento foi realizado a partir de expedições ‘in loco’. A localização das cavidades e suas zonas de amortecimento foram coletadas com a utilização do GPS no Datum WGS 84, onde esses pontos foram utilizados, posteriormente, em programas computacionais específicos, como o Google Earth Pro e TrackMaker para a criação de mapas. As recomendações propostas para mitigar os impactos sofridos na região foram elaboradas a partir da percepção do equilíbrio ambiental e da comunidade.
RESULTADOS:
Foram mapeadas no total de seis cavernas (Peninha; Olani; 3 Lagos; Unha da Preguiça Gigante; Olho D’água e Roncados) em três áreas rochosas (Araras, Urubu e Olho D’água). Nestas foram delimitadas a área de amortecimento de 250 metros de diâmetro, com o objetivo de diminuir o impacto de ações antrópicas nas cavidades.
Devido à grande quantidade de calcário na região, o lajedo foi muito impactado pela ação de mineradoras para a extração de cal, e apesar de toda legislação vigente para proteger a região, ainda se visualiza a presença dessas atividades. Impactos causados pelo desmatamento para agricultura, extração de madeira e construção também estão presentes na região, deixando o solo exposto, e assim levando ao processo de assoreamento das cavidades. Outros problemas ambientais relevantes é a questão de resíduos sólidos e da visitação desordenada na área do lajedo.
Analisando os resultados obtidos, observou-se a necessidade de monitoramento ambiental, controle do fluxo de pessoas na região, melhoramento das estruturas físicas do Museu de Soledade, promoção de palestras e elaboração de materiais de divulgação do lajedo.
CONCLUSÃO:
Realizou-se o mapeamento das cavernas da região do Lajedo de Soledade, confirmando que a área de amortecimento diminuirá os impactos ocasionados pela ação antrópica, servindo assim, como uma ação para preservar o patrimônio espeleológico da região.
Diagnosticaram-se três principais tipos de impactos ambientais na região, os quais principais são a mineração, lixo e visitação desordenada. Estes fatores implicam na preservação das cavidades, tendo assim que se trabalhar na área para mitigar esses impactos. Uma proposta para a mitigação seria um trabalho integrado com a Fundação Amigos do Lajedo de Soledade e com o Centro de Atividades do Lajedo (CAL). Foi estruturado um conjunto de recomendações que visam uma melhor gestão ambiental do local, propondo ações no sentido de reforçar a preservação do Lajedo de Soledade.
Palavras-chave: Cavidade, Analise Ambiental, Recomendações.