64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA DE EPIDEMIA DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS- BA NO ANO 2011. |
Jamile Carvalho Rodrigues 1 Alline Santana Lima 1 Samila da Silva Santos Brandão 1 Hione dos Santos Ferreira 1 Luana da Cruz Silva 1 |
1. Profª Esp./Orientadora - Curso técnico em enfermagem do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA,Campus Barreiras-BA 2. Profª Esp./Co-orientadora - Curso técnico em enfermagem do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA,Campus Barreiras-BA 3. Discente do Curso técnico em enfermagem do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA,Campus Barreiras-BA 4. Discente do Curso técnico em enfermagem do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA,Campus Barreiras-BA 5. Discente do Curso técnico em enfermagem do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia da Bahia-IFBA,Campus Barreiras-BA |
INTRODUÇÃO: |
A dengue é um grave problema de saúde pública no mundo em decorrência do impacto de saúde, social, econômico que o adoecimento causa, bem como aqueles que não podem ser mensurados como os emocionais na ocorrência de óbitos.É descrita pelo Ministério da Saúde como doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, dengue clássico, febre hemorrágica da dengue ou síndrome do choque da dengue. È um arbovírus do gênero Flavivírus, sendo conhecidos 4 sorotipos: DENV1,DENV2,DENV3,DENV4. O reservatório é homem e os vetores são o Aedes aegypti e Aedes albopictus sendo o primeiro mais importante na transmissão da doença. No Brasil, faz-se referência à Dengue desde 1846, com epidemias no Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Epidemia é a ocorrência de um número "exagerado ou inesperado" de casos de uma doença numa comunidade ou região (Brès, 1986).Os métodos de combate ao vetor recomendados pelo MS, como pesquisa entomológica, tratamento, manejo ambiental e participação comunitária foram aplicadas entretanto não impediram o avanço grave e progressivo da doença com aumento significativo de complicações. Assim,estudo dessa natureza possui relevância científica e social pois objetiva descrever a ocorrência de epidemia de dengue no município de Barreiras-Bahia, no ano de 2011. |
METODOLOGIA: |
O presente estudo foi realizado município de Barreiras-BA que possui uma área de 10.544 Km², e fica a 853 km de distância de Salvador e 622 km do DF – Brasília. Situa-se na região Oeste da Bahia, na micro-região dos Chapadões do Rio Grande, às margens do Rio Grande. O censo populacional pelo IBGE/2010 é de 137.428 mil habitantes.Trata-se de um estudo epidemiológico, realizado com dados secundários referente ao ano de 2011. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN banco de dados da Vigilância Epidemiológica /Secretaria Municipal de Saúde - SMS de Barreiras. Após o cumprimento dessa etapa, coletou-se dados apenas referente ao período de 2010 a 2011. Os dados foram processados estatisticamente sendo analisadas as características como idade, sexo, número de casos notificados/confirmados, classificação clínica e critério de classificação dos casos confirmados e sorotipo circulante. |
RESULTADOS: |
Foram notificados 3.560 casos de dengue no município de Barreiras-BA. Observou-se, maior incidência no sexo feminino (52%). Ocorreram casos em todas as faixas etária sendo a de maior ocorrência a de 20-34 anos(36,1%). Dos casos notificados 84,7%(3.019) foram classificados como dengue clássico. Sobre a forma grave da doença ocorreram 12 casos de dengue com complicações e 03 casos de febre hemorrágica da dengue. Dos casos notificados 245 casos foram descartados. Quanto a confirmação dos casos 17%(583) foram confirmados pelo critério laboratorial utilizando exames específicos como sorologia para dengue, antígeno Ns1-Dengue e isolamento viral, ultrapassando o mínimo recomendado em caso de surto ou epidemia pelo MS que é de 10%. Quanto a letalidade foi de 6 % com a ocorrência de um óbito. O vírus isolado foi o DENV-1 e DENV-2(1 caso) em consonância com os vírus circulante no estado da Bahia, o que explica a ocorrência da epidemia, pois a população encontrava-se susceptível ao vírus DENV-1 e este em especial tem potencial para favorecer grande número de casos. Quanto a porta de entrada dos casos notificados as principais foram o Pronto Atendimento 24 horas e o Hospital Municipal Eurico Dutra unidades de referência para casos suspeitos com sinal de alarme e para hidratação venosa. |
CONCLUSÃO: |
O pico da epidemia foi de janeiro a abril período de maior índice pluviométrico, iniciando a redução dos casos a partir dos meses de maio com ocorrência de casos em todo o ano de 2011. Foram intensificadas as ações de combate ao vetor, realização de ação de bloqueio focal e costal (UBV) no raio de 300 m em caso de Dengue grave confirmado e dois casos suspeitos em mesmo raio, realização de trabalhos interdisciplinares sobre a Dengue nas Escolas Municipais e Estaduais, através do Núcleo de Educação Popular em Saúde, Mutirões de Limpeza e Tratamento focal nas localidades com índice de Infestação Predial (IIP) > 1%;Revisão do Plano de Contingência Municipal para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue. Divulgação de boletins com situação epidemiológica da Dengue no Município;Capacitação de profissionais de Saúde;Abertura de unidade de hidratação no Hospital Municipal Eurico Dutra;Descentralização de hidratação venosa e da coleta de hemograma para as unidades básicas de saúde e de Estratégia de Saúde da Família. A reorientação do atendimento garantiu acolhimento com classificação de risco em todas as unidades do município sobrecarregando menos a unidade de referência terciária o Hospital do Oeste. |
Palavras-chave: Dengue, Epidemia, Prevenção.. |